Este é um assunto de extrema
importância, no qual nos temos debruçado diversas vezes, pois como a nossa
exploração tem crescido de ano para ano, somos obrigados a fazer contas constantemente
a fim de verificar os custos de produção, bem como os preços mínimos que
podemos praticar, a fim de estimular o crescimento do mercado, bem como, continuar
a conquistar o mesmo.
Este ano, tomamos a decisão de baixar
os preços das rainhas virgens para 3,5 euros (valor que vamos manter em 2017),
pois, como em todos os sectores, a lei da procura e oferta é que manda, e
naturalmente, se há uns anos a oferta de rainhas virgens era baixa, os preços
das mesmas eram mais elevados.
Neste momento, começa a haver uma
grande oferta de rainhas virgens no mercado, e como seria de esperar, os preços
teriam de baixar… ou seja, foi isso que aconteceu, pois é preferível vender as
rainhas virgens um pouco acima do preço de custo, do que ficar com as mesmas na
incubadora.
Curiosamente, esta baixa de preços,
foi já catalogada por alguns colegas (criadores de rainhas), de “rainhas low
cost”, uma distinção que consideramos um elogio, pois é sinal que atingimos a
profissionalização e prestamos um melhor serviço aos clientes.
Quando produzimos 100kg de mel, é
natural que queremos que nos paguem o máximo possível por ele e até vendemos ao
frasco… contudo, quando produzimos 10 toneladas, tudo muda, e os valores baixam.
Este exemplo aplica-se também à produção de rainhas.
Além disso, segundo as nossas
contas dos custos de produção entre rainhas virgens e fecundadas, as primeiras custam 4 vezes menos a produzir.
E voltando ao exemplo do mel, não é por produzirmos 10 toneladas que a qualidade diminui, pelo contrário, aumenta, pois quem as produz é profissional e está dedicado a tempo inteiro, fazendo no caso das rainhas, toda a diferença, pois as nossas “criadeiras” são alimentadas diariamente, tendo um acompanhamento permanente e profissional, o que não acontece com quem cria rainhas a tempo parcial. E se no caso do mel, para produzir mais, necessitamos de mais colmeias em produção, no caso das rainhas, precisamos de mais “criadeiras”, “abelhas”, “colaboradores” e obviamente estar dedicados a tempo inteiro (sem folgas, sem feriados e trabalhando de Segunda a Domingo).
É isto que nos diferencia e que
nos permite ter uma posição distinta no mercado, posição que certamente será aceite
por qualquer outro colega que tenha atingido ou esteja prestes a atingir a profissionalização
na criação de abelhas rainhas em Portugal.
Aproveitamos também, para
anunciar que iremos baixar em 2017 o preço das rainhas fecundadas, contudo as
mesmas não serão pintadas com a cor oficial correspondente a esse ano, e caso o
cliente o pretenda irá pagar mais por esse serviço.
Esta decisão está assente na
melhoria das condições de organização da nossa exploração, pois apenas possuímos
um dia por semana para proceder à recolha de rainhas fecundadas, sendo esta
operação de “pintar as rainhas” morosa e implica hipotecar um colaborador o dia
inteiro com esta única função. As técnicas de recolha de rainhas que usamos quando não é necessário pintar as mesmas, quase que duplicamos a quantidade
de rainhas recolhidas por dia.
É por este motivo, que optamos em
baixar os preços das rainhas fecundadas para os clientes que não seja importante
a sua marcação.
Achamos que justificamos desta
forma, com a maior transparência e seriedade, os preços que praticamos e o caminho que continuamos
a construir no sector da criação de rainhas em Portugal.
Saudações apícolas!
João Tomé
…um apicultor, pela apicultura…
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