A nossa exploração tem como base
a criação de material vivo seleccionado (abelhas rainhas e enxames), da Subespécie
“Apis mellífera iberiensis”.
Além disso, produzimos “mel
monofloral” de rosmaninho (Lavandula
stoechas), “mel monofloral “de Castanheiro (Castanea sativa), melada de Carvalho (Quercus pyrenaica) e pólen, tendo este, origem floral
maioritariamente de Esteva (Cistus
ladanifer).
Apenas trabalhamos com abelhas
rainhas criadas artificialmente, seja na forma de alvéolo real, rainhas virgens
ou fecundadas, tendo todos os enxames comercializados por nós, a garantia de
possuírem um rainha com boa proveniência genética.
Seleccionamos anualmente, de
forma massiva, num universo de cerca de 800 colmeias, as colónias mais produtivas na produção de mel de Rosmaninho,
e, através de transumância em altitude, as colmeias que melhor produziram mel
de Castanheiro e melada de carvalho, fazendo uma intersecção das mesmas. Esta
selecção tem como cuidado eliminar colmeias, que possivelmente beneficiaram da
deriva de abelhas de outras colmeias (ex. das pontas dos apiários), e que a sua
produção não está relacionada directamente com a qualidade da rainha.
No final do Verão, as colmeias
seleccionadas, são reunidas num único apiário, sendo feita uma análise cuidada às
suas características individuais, ao nível do seu vigor, nº de quadros de
criação, aspecto e padrão da criação, ausência de doenças, calma das abelhas no
quadro e por último, a defensividade (uma característica que achamos
secundária, nesta fase). Quanto à enxameação, assumimos
que se a colónia teve uma boa produção de mel, não terá enxameado.
Nesta fase é feito o primeiro
teste higiénico, através da técnica do “pin”, medindo a % de remoção da criação,
pois como não há entrada de néctar, os resultados são mais fiáveis, uma vez que
a entrada de néctar provoca a estimulação das colónias e consequentemente o aumento
do seu nível de higiene e limpeza, adulterando os resultados.
Cada uma destas colmeias é
tratada com o mesmo tipo de maneio ao longo do Inverno, sendo no final deste
período, verificado as que invernaram melhor e mantiveram um bom vigor, bem
como uma elevada população.
Após o Inverno é feito um novo teste
higiénico, bem como várias análises às características já descritas, fazendo
posteriormente uma média dos resultados, seleccionando as melhores rainhas, que
serão as matriarcas desse ano.
As matriarcas, vão sendo sempre
acompanhadas ao longo da campanha, havendo uma avaliação continua.
Durante o início da época de 2017,
vamos iniciar também, um programa de selecção através de inseminação artificial,
onde se irá proceder ao cruzamento de algumas matriarcas que achemos
conveniente, fazendo filhas das mesmas.
Iremos também em 2017, fazer
análises genéticas ás colónias matriarcas a fim de garantir que nenhuma possua
contaminação genética de outras subespécies de abelhas, nomeadamente da
linhagem M e C, pois a nossa abelha ibérica portuguesa, segundo os estudos genéticos efectuados, pertence à linhagem A.
Além destes métodos, possuímos várias
colónias inseridas no programa internacional de selecção genética “SmartBees - Sustainable Management of resiliente
bee populations”, do qual, além das técnicas anteriormente referidas,
inclui também a resistência das colónias à varroa.
Apesar de estarmos inseridos
neste programa, só a partir de 2018, teremos as primeiras matriarcas de abelhas
ibéricas (com certificado), resultantes do programa “Smartbees”, estando este, numa fase inicial, pois a selecção genética
a este nível leva anos a obter resultados.
É desta forma que seleccionamos
as nossas abelhas, fazendo filhas do máximo de matriarcas possível, garantindo
e mantendo desta forma a grande variabilidade genética que caracteriza esta
raça de abelha, eliminando a possibilidade de consanguinidade.
Iremos
trabalhar sempre de forma a garantir o máximo de variabilidade genética, pois a
abelha ibérica portuguesa possui características próprias, que são distintas
das outras subespécies de abelhas, sejam elas Europeias, do Norte de África, e
até mesmo de algumas zonas de Espanha, pois esta variabilidade genética que é
única, "representa um importante legado, que tem sido moldado pela natureza, e também
pelos humanos, nos últimos milhares de anos, o qual merece e deve ser
preservado, pois constitui um recurso fundamental à sustentabilidade da actividade
apícola".
Este é o nosso método e forma de
trabalhar, contudo, somos conscientes que os resultados levam o seu tempo,
existindo um longo caminho a percorrer, e que a nossa abelha está longe de ser
perfeita!
Devagar se vai ao longe…
esperando que este esforço mostre os seus resultados na próxima década!
Além do processo que usamos na selecção
e criação de rainhas, a título de solicitação, também criamos lotes de rainhas,
a apicultores que queiram ter rainhas “filhas” das suas melhores colmeias.
Todos os nossos apiários localizam-se
em plena natureza, em paisagens ímpares, na ausência de fontes de poluição e
pesticidas, tornando os nossos produtos de grande qualidade e destaque.
João Tomé
...um apicultor, pela apicultura...
Parabéns e desejamos sucesso na atividade.
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