Com tantos projectos de apicultura em curso em Portugal, a falta de enxames no mercado é uma realidade. Uma realidade positiva para uns, principalmente para quem vende, contudo uma realidade pior para quem compra, pois a falta de enxames tem levado ao aumento exponencial dos preços.
Para quem já tem algumas colmeias, pode e deve multiplicar as mesmas, pois além de poupar dinheiro, mesmo que morra alguma o prejuízo não é tão grande, ou pelo menos não se sente tanto.
São várias as técnicas de multiplicação de enxames, cada uma com os seus pormenores, devendo cada um seleccionar a que mais se adequa ou se sente à vontade..
Não queria falar própriamente nas várias opções, mas sim nos pormenores que podem fazer a diferença.
A prática mais comum de multiplicação de colmeias, passa por fazer desdobramentos às "cegas", onde após se ter dividido uma colmeia, se tem o cuidado de deixar pelo menos um quadro com criação e ovos do dia para que elas ao sentirem que estão orfãs, façam por elas próprias os chamados alvéolos de emergência. É discutível a qualidade das raínhas que surgem deste tipo de desdobramentos, pois já vi de tudo... boas e más raínhas...
Além da desvantagem de haver uma probabilidade significativa de as raínhas serem de inferior qualidade, até termos uma raínha nova em postura, leva pelo menos um mês, e por vezes um pouco mais, dependendo das condições meteorológicas... havendo sempre algumas falhas...
Para quem quer produzir enxames rapidamente e com o mínimo de qualidade, terá de optar por introduzir raínhas fecundadas, ou então, alvéolos reais, sendo para mim a última opção a melhor.
Introduzir raínhas fecundadas é o ideal, pois ao fim de 2 a 5 dias estão em postura, contudo é um investimento considerável.
A minha experiência pessoal na criação de raínhas e multiplicação de colmeias tem-me levado cada vez mais ao uso dos alvéolos reais, sendo para mim a opção mais adequada para quem quer multiplicar muitas colmeias, com raínhas de qualidade a um custo mínimo.
Obviamente, que comparativamente ás raínhas fecundadas que estão a pôr ovos nos dias seguintes, com os alvéolos reais com 13 a 14 dias, temos de aguardar em média 12 dias após introdução, para termos uma rainha em postura. Julgo que o preço a que são comercializados os alvéolos, compensa bastante...
Quem ainda não se sente "confidente" na apicultura, pode levar a que tenha receio de usar alvéolos reais, receio esse que é fácilmente superado depois da primeira experiência.
Outro dos problemas que leva as pessoas a não usarem alvéolos reais é o seu transporte, ao acharem dificil manter as condições devidas de temperatura e humidade. Este problema também pode ser fácilmente superado com a compra de uma pequena incubadora de ovos ligada ao isqueiro do carro ou uma geleira com um saco de água quente.
Para quem tenciona fazer muitos desdobramentos, a diferença do valor que teriam de pagar pelas raínhas fecundadas, rápidamente paga uma pequena incubadora, sendo um instrumento muito útil na apicultura moderna.
Por norma, a não ser que tenha poucos alvéolos, coloco sempre dois por desdobramento, contudo, é raro o que não nasce, normalmente estão sempre os dois roídos, sinal que nasceram as duas raínhas...
No final, obviamente que também pode haver uma falha ou outra, a meu ver com origem durante a fecundação da raínha... mas isso deve ser encarado com naturalidade, pois na apicultura 2 + 2 raramente são 4.
Não falei das raínhas virgens, pois apesar de também ter bons resultados... a taxa de insucesso é por vezes grande, especialmente quando os desdobramentos ficam muito fortes e principalmente com origem na mesma colmeia.
A aposta na produção própria ou compra de alvéolos reais é para mim fundamental...
João Tomé
...um apicultor, pela apicultura...
Por norma, a não ser que tenha poucos alvéolos, coloco sempre dois por desdobramento, contudo, é raro o que não nasce, normalmente estão sempre os dois roídos, sinal que nasceram as duas raínhas...
No final, obviamente que também pode haver uma falha ou outra, a meu ver com origem durante a fecundação da raínha... mas isso deve ser encarado com naturalidade, pois na apicultura 2 + 2 raramente são 4.
Não falei das raínhas virgens, pois apesar de também ter bons resultados... a taxa de insucesso é por vezes grande, especialmente quando os desdobramentos ficam muito fortes e principalmente com origem na mesma colmeia.
A aposta na produção própria ou compra de alvéolos reais é para mim fundamental...
João Tomé
...um apicultor, pela apicultura...
Caro João Tomé:
ResponderEliminarTenho cerca de 80 ha no parque natural da serra de aire e candeeiros, a qual é particularmente generosa em rosmaninho, alecrim, carrasco e outras. Sou um neófito, de apicultura sei generalidades, nunca manipulei abelhas ou colmeias. Para além das questões técnicas do ofício tenho as maiores dúvidas acerca da questão económica, ou seja, investimento/amortização.
Acredito que a S. experiência possa ser proveitosa.
Neste momento, o meu sogro, apicultor na zona do Fundão, anda entusiasmado com a ideia de capturar e fazer enxames, pode ser perigoso, ou não?
Obrigado
A. de Oliveira
Boa noite caro A. de Oliveira,
ResponderEliminarInformo que caso o seu sogro ande devidamente protegido não vejo qualquer perigo em apanhar enxames.
No seu caso, na Serra de Aire e Candeiros, tem possibilidade de ter um mel fabuloso de alecrim. Aproveite.
Cumprimentos,