sábado, 30 de setembro de 2017

ALUAN CAP – TRATAMENTO CONTRA A VARROA

Antes de avançar com esta apresentação quero deixar claro que me vou limitar a falar de uma experiência profissional no Chile, não havendo qualquer interesse em estimular o uso ilegal deste tratamento, até porque como sabem só podemos usar tratamentos homologados. 😊😈



Confesso que também fui contactado pela DGAV pela responsável nacional do PICOA, que poderia ter problemas por falar deste produto, uma vez que não está homologado em Portugal.

Para nos protegermos além de termos alterado o cartaz das jornadas, quero que fique claro que cada um é responsável pelas seus actos e pode estar sujeito a coimas caso use outros produtos que não os homologados.


Os objectivos de falar neste produto são dois, contribuir para a promoção deste produto, para que quem sabe alguma empresa o submeter a homologação em Portugal e aproveitar para falar mais uma vez no controlo da varroa.

Este é um novo tratamento que está a ser usado já há dois ou 3 anos na América do Sul, contudo, como é natural a invenção é europeia e foi testada e melhorada lá.



Trata-se de um produto que é basicamente a mistura de ácido oxálico com glicerina em tiras de cartão pedra, dando origem ao Monoxalato.

Para evitar problemas não vou publicar a receita, pois a mesma está publicada em diversos locais na internet, mas sim falar sobre uso e cuidados deste produto.

Como sabemos o ácido oxálico é um produto orgânico usado em apicultura biológica, o que faz deste tratamento adequado para produção biológica. Apesar disso é um ácido e todos os cuidados devem ser tidos ao nível do uso de equipamento de protecção e inalação dos vapores.

CUIDADOS A TER 
(complementar com a receita publicada em vários locais na internet):

- Equipamentos de protecção da pele, vista e respiração;

- Usar panelas de inox em vez de alumínio: o ácido corrói o alumínio e o mesmo pode contaminar o mel;

- Usar um termómetro digital (de pistola), pois a medição da temperatura é mais rápida;

- Após preparação da mistura deve-se arrefecer o mais rapidamente possível a mistura num recipiente hermético para evitar que haja evaporação do produto, perdendo a mistura parte da concentração;

- Colocar as tiras com a mistura fria e fechar o recipiente;

- Usar tiras de cartão pedra fabricadas em Portugal, pois existem cartões no mercado com origem chinesa que podem conter metais pesados;

- Após as tiras estarem embebidas na mistura guardar em sacos ZIP ou seladas em sacos de no máximo 25 tiras, para evitar ter as tiras muito tempo expostas durante a aplicação das mesmas;

- Guardar as tiras em ambiente fresco (frigorifico), pois o calor activa o produto fazendo com que liberte gás, chegando as bolsas a inchar. Pretende-se que esta libertação seja feita no interior da colmeia, daí ser importante levar os tratamento em geleiras para o campo com ambientes quentes;

- Colocar 4 tiras por colmeias com 10 quadros e voltar a colocar mais duas tiras 15 dias depois;



- Este tratamento só deve ser usado se os níveis de varroa forem inferiores a 3%, pois como só mata a varroa forética, tendo uma acção lenta, corremos o risco de não funcionar em colmeias com níveis de varroa superiores, algo que já aconteceu a alguns apicultores e continua a acontecer. MUITA, MAS MUITA ATENÇÃO A ESTE PORMENOR!!!

- Este tratamento não anula o uso de outros tratamentos químicos, pois continua a ser necessário fazer pelo menos dois tratamentos com substâncias activas eficazes como é o caso do amitraz;

- A parte interessante deste produto é o facto de ser biológico, bem tolerado pelas abelhas, não deixa resíduos, tem uma acção prolongada no tempo, mantendo os níveis de varroa baixos, evitando os picos de varroa que tantos problemas nos causam.

- É importantíssimo, tanto com este tratamento como com qualquer outro, sempre que mechemos nas colmeias, devemos mudar a posição das tiras de tratamento, pois aumentamos a taxa de eficácia. As abelhas têm tendência a escavar á volta das tiras no quadro evitando passar e ter contacto com as mesmas. Ao mudarmos a posição das tiras obrigamos a que as abelhas voltem a ter contacto direto, aumentando a eficácia e resultados.



- As tiras têm de ter o comprimento suficiente para cobrirem as duas faces dos quadros, devendo ficar todas as posições e faces com criação com uma tira;

- Deve-se evitar abrir as colmeias nos dias seguintes ao tratamento, para favorecer a acção dos vapores;

- As abelhas vão roendo as tiras, não havendo a necessidade de as tirar;

- Lembrem-se é importantíssimo manter constantemente os níveis de varroa baixos, este é um tratamento que nos permite isso, sem que haja efeitos negativos na colónia e melhor que tudo, não deixa resíduos no mel;


- Esperamos que seja homologado brevemente, para que o possamos usar legalmente!

Apesar deste tratamento funcionar o mesmo já foi melhorado, que segundo Randy Oliver, obtém-se melhores resultados com toalhetes de papel em vez das tiras de cartão pedra. 




Podem consultar o artigo do Rangy Oliver na sua página de Internet:



João Tomé
...um apicultor, pela apicultura...

- USO DA TÉCNICA DO PONCHO -

Confesso que a técnica do poncho nunca me despertou grande interesse, pois a pouca informação e imagens que encontrei eram europeias onde cobriam as colmeias por completo com um plástico. Sinceramente isso sempre me fez confusão pelos mais variados problemas, especialmente ao nível de humidade.



Nesta viagem que fiz ao Chile, tive oportunidade de ver apicultores profissionais a usar o poncho, e neste caso de uma forma que me agradou bastante.

Sabia que o plástico tem um efeito positivo nas colónias, pois cria um microclima, algo que já pude comprovar diversas vezes quando coloco pacotes de apimel em cima dos quadros dos núcleos de transumância e verifico que chegam a puxar cera dentro do pacote em pleno Inverno, além disso temos várias caixas divididas a meio para fazer dois núcleos, usando uma tela de isolamento por cima dos quadros com o objectivo de fazer pranchetas e estes núcleos ao fim de 21 dias têm em média mais um quadros de criação/abelhas, comprovando um efeito positivo.



Aquilo que verifiquei no Chile é que não colocam o plástico a cobrir por completo as colmeias, fica sempre um espaço nos lados que permite que não se acumule humidade e além do mais que as abelhas subam às alças. Algo que já comprovei este ano, onde após encherem o ninho as abelhas subiram às alças e em alguns casos até a rainha.


No caso das colmeias lusitana e reversível a largura do plástico ideal é de 35 cm e 45 cm de comprimento. O ideal é comprar rolos de plástico resistentes (mangas de plástico da agricultura) já com 35 cm de largura, havendo só a necessidade de cortar em comprimento.





No Chile, apesar de usarem plásticos, preferem as telas de ráfia impermeáveis pois dizem que não acumula humidade.



Caso haja problemas de humidade colocam um pau por cima dos quadros de criação com o objectivo de haver circulação de ar, sendo este o ponto em que devemos ter maior atenção, pois nas zonas muito húmidas o poncho pode ser um problema.



A tela ou plástico poucas vezes é colocada até ao fundo dos quadros, a não ser de Inverno para criar uma verdadeira barreira, mas muitos dos apicultores limitam-se a deixar o plástico a meio do ultimo quadro, pois desta forma permitimos que as abelhas passem para os quadros seguintes, seja a puxar cera ou até mesmo consumir reservas.

O uso do poncho também é uma forma de monitorizarmos o crescimento das colónias, pois se tiverem crescido já passaram o ultimo quadro que tem plástico.



Na fase de início de primavera quando ainda faz frio deixam sempre um quadro com cera em lâmina ou cera já puxada no último quadro para as abelhas irem trabalhando.

Também poderá ser um boa solução de início de primavera quando ainda faz muito frio durante a noite, mas durante o dia as abelhas já trabalham bem, pois o plástico ajuda-as a estarem aconchegadas durante a noite e trabalharem durante o dia.

É uma questão de testarmos este sistema nas nossas colmeias, onde com um ano de experiência já podemos afirmar que todos deveriam experimentar, pois os resultados são muito bons, especialmente em enxames mais fracos, pois mesmo assim sobem aos alimentadores.

VANTAGENS:

- De Inverno o plástico conserva o calor; 
- Menor consumo de reservas durante o Inverno;
- De Verão conserva a humidade; 
- Não deixa desidratar as pastas proteicas; 
- Aperta os enxames fracos, de forma a que os mesmos sobrevivam com menos dificuldades;


Parece que o inimigo principal/desvantagem do "poncho" é mesmo o vento, pois causa algumas chatices quando estamos a trabalhar pois faz voar os plásticos.


João Tomé
...um apicultor, pela apicultura...

PREPARAÇÃO DE COLMEIAS PARA POLINIZAÇÃO

A polinização é um mercado crescente em Portugal, havendo já diversos apicultores que parte do seu rendimento das abelhas provém deste serviço.

Pode ser uma fonte de rendimento muito interessante e cabe-nos a nós apicultores organizarmo-nos e dirigir correctamente este mercado, para que haja uma boa relação e mutualismo entre os apicultores e os clientes, pois ambos devem retirar proveitos deste serviço, de forma séria e honesta.



Quando digo séria e honesta, para o apicultor é que seja justamente remunerada e para o cliente que a polinização seja bem efetuada, pois não basta colocar lá as abelhas durante a época de floração das culturas que estamos a polinizar.

As colmeias têm que ser devidamente preparadas, criando uma necessidade na procura de pólen, aumentando o sucesso da polinização.

A preparação de colmeias para polinizar é exactamente igual à preparação de colmeias para transumar (ver artigo sobre preparação de colmeias para transumância), contudo, em vez que criação operculada, colocamos criação aberta, mas deixando sempre espaço para que as colónias possam crescer (3 quadros de cera em lâmina ou puxada), permitindo à rainha continuar em postura, mantendo sempre criação aberta.



Todos os apicultores que têm experiência em produção de pólen, já devem ter visto que as colmeias que mais pólen produzem são as que estão a crescer e encher o ninho, onde muitas das vezes aquelas que nos pareciam mais fortes, com o ninho cheio, acabam por produzir menos pólen.

Quanto mais quadros de criação aberta tiverem as colmeias, maior será o número de larvas para alimentar, havendo uma grande necessidade de pólen, daí que quando se preparam colmeias para polinizar devemos criar essa necessidade.

Devemos também evitar produzir mel, pois além de todos os problemas com os agro-tóxicos que podem contaminar o mel, acabamos por deixar bloquear as colmeias. Em vez disso, devemos aproveitar e ir desbloqueando os ninhos, aproveitando os quadros que retiramos para fazer enxames novos. Desta forma, também evitamos os comentários de alguns clientes que como produzimos mel, nem que seja pouco ou nenhum, também acabamos por retirar proveitos, sendo um dos argumentos para nos quererem pagar menos do que o valor justo pelo nosso serviço.

Também devemos levar as colmeias gradualmente (até atingir a densidade por hectare contratualizada), á medida que a floração aumenta, devendo evitar levar as colmeias todas de uma só vez, pois arriscamo-nos a que não haja floração suficiente para as manter, podendo algumas ir “abaixo” pela quebra de postura da rainha.



Da mesma forma devemos ser muito cautelosos em algumas culturas, especialmente as que são feitas em estufas semi abertas ou fechadas, evitando que as mesmas colmeias fiquem lá a floração completa, pois arriscamo-nos a perder essas colmeias.




No caso de estufas fechadas ou semi fechadas que existe muita perca de abelhas, as colmeias deveriam ser substituídas semanalmente ou logo que encontremos sinais de enfraquecimento.


Este é um mercado que aconselho vivamente a que criem uma associação nacional ou regional de forma a conseguir organizá-lo o quanto antes, caso contrário os clientes depressa vão aprender a saber explorar esta falta de organização.

João Tomé
...um apicultor, pela apicultura...

PREPARAÇÃO DE COLMEIAS PARA TRANSUMÂNCIA

Devemos ter inúmeros apicultores que têm experiência de transumância e os mesmos devem-se recordar de alguns anos de produção que aquilo que produziram mal chegou para pagar as despesas ou então deu prejuízo.

A transumância de colmeias é sempre um risco, pois estamos dependentes de “São Pedro” e caso tenhamos muitas despesas, este risco aumenta uma vez que precisamos de garantir uma produção mínima para fazer face às despesas e obter além disso lucro.



As transumâncias a que me vou referir tratam-se de transumâncias feitas após primavera, onde neste caso temos colónias fortes e vigorosas que acabaram uma época produtiva.



O processo de preparação das colmeias para transumância é muito simples e trata-se em seguir a rigor a Lei de Farrar. Garantir que tenhamos o máximo de abelhas possível nas colmeias.

Se tivermos 100 colmeias para transumar, retiramos a uma parte delas todos os quadros de criação operculada e a outra parte todos os quadros de criação aberta para caixas ventiladas.



De seguida, iremos preparar as colmeias para transumar com um mínimo de 8 quadros de criação operculada, podendo mesmo ser de 10 quadros.



A produção de mel é directamente proporcional à população de abelhas de uma colónia;
Uma colónia grande tem mais abelhas campeiras que uma pequena.

Farrar, segundo os estudos que efectuou, indica que uma colónia com 60.000 abelhas produz 1,54% mais que quatro colónias de 15.000 abelhas cada.



Preparando as colmeias desta forma garantimos que todas as colmeias que transumamos irão produzir, até mesmo em anos maus, pois nestes anos só mesmo as colmeias fortes é que produzem.

Toda esta operação requer tempo e trabalho, especialmente ao nível de encontrar as rainhas, mas com o tempo e experiência passa a ser uma rotina que se faz rapidamente e merece a pena.

Obviamente que este é um trabalho para se fazer com colónias fortes, vigorosas e saudáveis, devendo o apicultor ser experiente e saber identificar facilmente doenças, evitando a sua transmissão.

No Chile, onde se fazem transumância de várias centenas de quilómetros é a técnica mais usada para garantir que produzem mel.



Conheci um apicultor que dizia que era o que produzia mais mel… pois colocava sempre 10 quadros de criação operculada! Era uma regra de ouro para ele e um suicídio se não usa-se esta técnica!

Além desta garantia de produção, iremos transumar menos colmeias, diminuindo os custos e dias de deslocações de colmeias.

João Tomé
...um apicultor, pela apicultura...

- MANUTENÇÃO DA CAPACIDADE PRODUTIVA DAS COLMEIAS -

A partir deste título podemos encaixar os mais variados temas que estão directa ou indirectamente relacionados com a produção das colmeias, onde na sua maioria podem ser discutíveis, pelas mais variadas técnicas ou formas de trabalhar.

Contudo, existe algo que é indiscutível, a idade e qualidade das rainhas, pois sem ovos não se fazem omoletes, e neste caso, sem ovos não há abelhas!


Em Portugal continuamos a assistir a discussões sobre a idade e qualidade das rainhas, pois temos por hábito referir que temos ou já tivemos rainhas com 3 anos que fazem inveja a algumas rainhas novas…

Muitas das vezes, estas rainhas que pensamos que são velhas, já foram substituídas, tratando-se de uma filha, e no caso de serem velhas e boas, são uma pequena percentagem… e como foram boas damos-lhe sempre mais uma oportunidade, até que chega o Inverno, vão abaixo e morrem.


 Numa exploração profissional, não nos podemos dar ao luxo de deixar a natureza seguir o seu rumo, pois se vivemos exclusivamente das abelhas ou estas contribuem significativamente para o nosso rendimento familiar, temos de produzir e garantir um rendimento mínimo que nos permita viver com qualidade e pagar as despesas da exploração.

Ao permitirmos que a natureza siga o seu rumo, iremos ter apiários com rainhas novas, velhas, boas, más, assim, assim… digamos que teremos sempre apiários pouco uniformes ao nível da produção individual de cada colmeia, e pior, teremos sempre colmeias que nos ocupam tempo, gastos com alimentação e o seu fim é sempre o mesmo… morrem! Na maioria dos casos tratam-se de rainhas velhas ou esgotadas.

Percentualmente, temos sempre 30 e pouco % de colmeias que produzem bem, 30 e pouco % de colmeias que produzem dentro do aceitável e 30 e pouco % de colmeias que nunca chegam a produzir.



São situações que devem ser evitadas a todo o custo!

A forma de podermos minimizar este problema, aumentando a produção média por colmeia e garantindo uma produção anual regular é garantirmos que possuímos rainhas novas em todas as nossas colmeias.

Pode parecer suspeita esta minha intervenção, pois sou criador de rainhas e quero vender rainhas, mas neste caso somos todos apicultores e todos sabemos que é uma grande verdade.

Cada vez mais sou da opinião que devemos mudar anualmente as rainhas de todas as nossas colmeias, pois as vantagens que temos superam largamente os custos desta operação.

Quantas colmeias nos morrem todos os anos com rainhas velhas e esgotadas? Quanto dinheiro de prejuízo isso representa? Da experiência que tenho em manter centenas de enxames novos de um ano para o outro, as percas são mínimas, nunca ultrapassando os 5%.

Quanto tempo perdemos no controlo da enxameação, ou quanto dinheiro de prejuízo representam as colmeias que enxameiam? Com rainhas novas, em anos normais e um maneio adequado, são poucas as colmeias que enxameiam, não havendo necessidade de revisões semanais.

Se somarmos tudo isto e compararmos os prejuízos em relação aos benefícios de termos ou não rainhas novas, muitos ficariam surpreendidos com o resultado.

Eu o ano passado em transumância para o Castanheiro e Carvalho, tendo sido um ano péssimo, os apiários sem controlo da idade das rainhas produziram uma média de 5Kg de mel. Os apiários com rainhas novas produziram uma média de 20 Kg de mel, havendo colmeias com 4 meias alças cheias. 



Ora bem, assumindo que queremos trocar as nossas rainhas anualmente, como e quando o devemos fazer? Alvéolos reais? Rainhas virgens? Rainhas fecundadas?
Todas estas são opções válidas.

No nosso caso, optamos por dividir no final da época em Outubro (quando os outonos vêm bons), todas as colmeias fortes e colocamos uma rainha fecundada a todas no primeiro ou segundo dia após divisão. As mais fracas mata-se a rainha e introduz-se também uma rainha.

Outra das épocas que gostamos de substituir rainhas é em Março, onde aproveitamos também para fazer alguns desdobramentos e enfraquecer as colmeias fortes, substituindo todas as rainhas.

Outra opção é o uso de alvéolos reais, é uma opção simples e barata, contudo requer um planeamento rigoroso ao nível das datas de disponibilização dos alvélolos, pois recomendamos trabalhar com alvéolos de 15 dias, ou seja a rainha nasce no dia seguinte. São alvéolos que nos dão algum conforto, pois são mais resistentes, uma vez que já temos uma rainha completamente formada e pronta a nascer.




Nem todos têm esta oportunidade de ter alvéolos nas datas certas, ou à-vontade no seu manuseamento, sendo o uso de rainhas virgens ou fecundadas a melhor opção.

DICAS:

a) - Aproveite épocas do ano em que as colmeias estejam mais fracas (inicio da primavera ou Outono), ou seja possível enfraquecer as mesmas a partir de desdobramentos (durante a primavera ou após cresta);

b) – Evite substituir rainhas em colónias fortes; Quanto mais forte estiver a colónia maior será a taxa de insucesso na introdução;

c) – Encontre e mate a rainha velha, introduzindo as rainhas novas 48 horas depois; Também é usada com muito sucesso a morte das rainhas 7 dias antes da introdução das rainhas novas, contudo obriga à destruição dos alvéolos reais; Em colónias fracas ou que foram bastante enfraquecidas pelos desdobramentos, ficando reduzidas a 4 ou 5 quadros de abelhas pouco povoados, pode introduzir as rainhas logo após a morte da rainha velha;

d) – É recomendado usar rainhas fecundadas para a substituição de rainhas velhas, pois aumenta consideravelmente a taxa de sucesso;

e) – Alimentar nas semanas seguintes com alimento estimulante;

Quanto às rainhas virgens, da experiência que temos com a raça ibérica, tudo funciona melhor ao nível da aceitação se houver mistura de abelhas, algo que só acontece quando fazemos enxames novos, sendo que para a substituição de rainhas aconselhamos as rainhas fecundadas.

Mais uma vez o processo é bastante simples, mata-se a rainha velha e coloca-se uma rainha nova no primeiro ou segundo dia seguintes e alimenta-se com alimentação liquida.


Esta é a forma mais rápida e segura de manter a capacidade produtiva da nossa exploração, minimizando altos e baixos anuais. Basicamente não podemos permitir ter “colaboradores” na nossa empresa que recebem um ordenado e em nada contribuem para o rendimento da empresa!

João Tomé
...um apicultor, pela apicultura...

GUIA DE INTRODUÇÃO DE RAINHAS "Apis mellifera iberiensis" "VALE DO ROSMANINHO"

A pouca literatura que existe sobre a abelha ibérica leva a que tentemos complicar aquilo que é fácil, especialmente quando misturamos informação e em vez de simplificar e aumentarmos a taxa de aceitação, complicamos tudo.

Introduzir rainhas da raça ibérica é simples e em condições normais as taxas de aceitação são elevadas, contudo, cada vez nos chegam mais casos de insucesso de rainhas compradas a outros criadores, o que nos leva a acreditar, tendo já comprovado num caso concreto que estão a trabalhar com híbridos que se assemelham à abelha ibérica, mas que pertencem a linhagem C, levando ao insucesso e falta vontade de comprar novamente rainhas.

Para ajudar os nossos clientes produzimos um guia de introdução de rainhas de forma a aumentar o sucesso na introdução e uso das rainhas que fornecemos.




1 – DESDOBRAMENTOS

a) - Fazer os desdobramentos apenas 1 quadro de criação opérculada, 1 quadro de criação aberta e 1 com mel e pólen;

b) - Quanto mais forte ficar o enxame maior será a taxa de insucesso na introdução de rainhas;

c) - Evitar fazer desdobramentos apenas com criação operculada. É obrigatório haver sempre criação aberta;

d) - Misturar abelhas de pelo menos duas colmeias; cada quadro de abelhas introduzido deverá ser de colmeias diferentes para que fiquem abelhas misturadas com distintas feromonas;

e) - Introduzir as rainhas ou alvéolos nas 24 a 48 horas seguintes e alimentar, contudo, caso tenha misturado abelhas de diversas colmeias, pode introduzir as rainhas no momento de fazer os desdobramentos, evitando deslocações desnecessárias;

f) - Não é necessário retirar as amas que acompanham as rainhas, pois as mesmas acabam por ser importantes na comunicação e transmissão das feromonas da rainha, com as abelhas do desdobramento;



g) - Retirar a patilha do candy da caixa de introdução e colocar a caixa com o candy voltada para baixo, no meio dos quadros de criação;

h) - Após verificarmos que as rainhas já fecundaram ou foram aceites deveremos reforçar com mais quadros de criação e alimento (opcional, dependendo dos objectivos, da época do ano ou potencial apícola da zona);

i) - Abrir os núcleos apenas durante o final do dia/inicio noite; É importantíssimo abrir os núcleos quando as abelhas já não saem/voam por estar escuro, caso contrário irá haver muita deriva de abelhas e ficaremos com núcleos fracos e outros muito fortes, pois receberam as abelhas fruto da deriva;

j) - Alimentar após introdução das rainhas; a alimentação acalma as abelhas, aumentando também a taxa de aceitação e até mesmo fecundação das rainhas;

l) - Evitar colocar os núcleos em linha; no caso de rainhas virgens e alvéolos reais, os núcleos devem ser colocados de forma aleatória e separados pelo menos 2 metros entre si, de forma a minimizar o risco de deriva das rainhas quando chegam após fecundar;

m) - Alvéolos reais e rainhas virgens, após introdução, verificar a fecundação unicamente após 20 dias; apesar de sabermos que algumas rainhas começam a colocar ovos após 10 dias do seu nascimento, devemos dar tempo às outras que levam mais tempo e além do mais, tempo às rainhas que coloquem ovos sem ser perturbadas;



n) - Com as rainhas fecundadas, podemos verificar 10 dias depois, pois também temos de dar tempo à rainha que seja bem aceite e inicie a postura sem qualquer perturbação;

o) - Desdobramentos em dias de calor, quando estamos a colocar os quadros das abelhas nos núcleos, podem borrifar as abelhas com água, de forma a acalmar as mesmas. Com o calor as abelhas ficam muito activas, sendo esta operação importante para arrefecer e humedecer os desdobramentos; após desdobramento, colocar as caixas à sombra.

p) - Em épocas de muito calor também é recomendável colocar os núcleos fechados durante 24/48 horas num local escuro e frio, sendo o frio muito importante para “unir” as abelhas que têm distintas proveniências, algo que acontece de forma natural em épocas do ano que as noites estejam frias (primavera e outono);

2 - SUBSTITUIÇÃO DE RAINHAS VELHAS



a) – Aproveite épocas do ano em que as colmeias estejam mais fracas (inicio da primavera ou Outono), ou seja possível enfraquecer as mesmas a partir de desdobramentos (durante a primavera ou após cresta);

b) – Evite substituir rainhas em colónias fortes; Quanto mais forte estiver a colónia maior será a taxa de insucesso na introdução;

c) – Encontre e mate a rainha velha, introduzindo as rainhas novas 48 horas depois; Também é usada com muito sucesso a morte das rainhas 7 dias antes da introdução das rainhas novas, contudo obriga à destruição dos alvéolos reais; Em colónias fracas ou que foram bastante enfraquecidas pelos desdobramentos, ficando reduzidas a 4 ou 5 quadros de abelhas pouco povoados, pode introduzir as rainhas logo após a morte da rainha velha;

d) – É recomendado usar rainhas fecundadas para a substituição de rainhas velhas, pois aumenta consideravelmente a taxa de sucesso;

e) – Alimentar nas semanas seguintes com alimento estimulante;

3 - CUIDADOS A TER COM AS RAINHAS



a) - Após receber as rainhas, deverá manter as mesmas dentro de casa, longe da exposição solar e calor; Coloque num local calmo com ambiente escuro; Não é necessário ter uma estufa;

b) – Caso os dias estejam quentes e secos, abra a caixa e coloque um pano bem húmido em cima das caixas de expedição (não necessita dar água às abelhas, pois a humidade que é transferida do pano húmido para o candy é suficiente);

c) – Introduzir as rainhas logo que possível, pois quanto mais cedo for a introdução maior será o sucesso de aceitação; contudo poderá manter as mesmas até 8 dias sem qualquer problema, bastando repor o candy consumido; Após 8 dias, é conveniente substituir as abelhas amas por abelhas amas novas;

“O sucesso na introdução e fecundação de rainhas é um conjunto de pormenores que devem ser respeitados, pois todos eles são importantes. Quantos mais pormenores respeitarmos, maior será a taxa de sucesso”

VALE DO ROSMANINHO
Fonte Santa
Estrada Municipal 553
6000-500 Cebolais de Cima
Castelo Branco
Telefone: 964490068